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Para saber mais sobre os novos desafios que este sector enfrenta, falámos com Denis Thayanithy, Diretor de Soluções e Parcerias da Crosscall. O fabricante francês de smartphones ultra-resistentes e duráveis, que equipa atualmente mais de 300 000 agentes ligados aos Ministérios do Interior, da Defesa e da Justiça franceses, estabeleceu-se ao longo dos anos como um especialista em comunicações críticas.
Quais são as vantagens de mudar para as novas redes de comunicações?
Esta migração para uma rede de muito alta velocidade irá modernizar os meios de comunicação utilizados pelos serviços de segurança e de emergência. Atualmente, os agentes da polícia, os gendarmes, os bombeiros e os médicos do INEM utilizam equipamentos de rádio concebidos nos anos 90 que permitem uma transmissão de dados limitada. Com a 4G e a 5G, para além da comunicação de voz, poderão enviar ficheiros, posições GPS em tempo real e até transmitir imagens ou vídeos em tempo real a partir do terreno.
Além disso, todos os intervenientes na segurança pública passam a dispor de uma rede de comunicações comum, quando atualmente cada entidade tem a sua própria rede. Isto significa que um agente da polícia não podia comunicar diretamente com um bombeiro ou um gendarme. Agora, todos eles poderão comunicar instantaneamente uns com os outros numa rede específica, o que é o que chamamos de interoperabilidade. Estas novas possibilidades de interação entre as várias entidades permitirão uma melhor gestão das intervenções e das missões críticas no terreno.
Como é que a Crosscall se tornou um ator-chave no sector da segurança e da defesa?
Na Crosscall, concebemos e fabricamos smartphones com uma garantia de 5 anos, perfeitamente adaptados às condições encontradas pelos profissionais no terreno. Graças à sua durabilidade, impermeabilidade e longa duração da bateria, oferecem uma fiabilidade sólida, seja qual for o ambiente de trabalho. Na Crosscall, colocamos os utilizadores e as suas necessidades no centro do desenvolvimento dos nossos produtos: falamos com eles, vamos para o terreno para compreender a realidade das suas funções e oferecer-lhes soluções perfeitamente adaptadas. Esta proximidade e esta capacidade de conceber produtos por medida são uma verdadeira força quando se trata de chegar aos actores da segurança e da defesa que têm necessidades muito específicas. Para proteger os seus concidadãos, as forças de segurança e de emergência necessitam de sistemas de comunicação rápidos, seguros, resistentes e totalmente interoperáveis.
Estamos agora a equipar as unidades de intervenção e ganhámos o contrato para equipar todas as forças da Gendarmerie e da Police Nationale. No total, mais de 300.000 agentes dos Ministérios franceses do Interior, da Defesa e da Justiça podem contar com os seus smartphones Crosscall para os ajudar a desempenhar as suas funções quotidianas.
O nosso apoio também continua depois de o equipamento ter sido instalado no terreno. Asseguramos a satisfação dos nossos utilizadores a longo prazo e continuamos a desenvolver novas soluções para os ajudar a resolver os seus problemas. Podemos também prestar um apoio técnico avançado a certos clientes e parceiros, ajudando-os em questões de mobilidade ou na implantação de redes privadas, nomeadamente redes 5G. Nestas últimas, são frequentemente necessárias adaptações, quer para permitir que o terminal se ligue rapidamente à rede privada, quer para integrar as chamadas 5G (VoNR - Voice over NR).
Como é que ganharam o concurso para equipar todas as forças da Gendarmerie e da Polícia?
O Ministério do Interior francês estava à procura de smartphones robustos para equipar as suas forças policiais. Anteriormente, estas estavam equipadas com smartphones convencionais e tinham de lidar com muitos assaltos, o que significava custos adicionais para elas, mas também uma perda de capacidade operacional. Atualmente, um polícia ou um gendarme pode fazer tudo com o seu smartphone: tem acesso a todas as suas aplicações profissionais, pode verificar uma identidade ou a validade de uma carta de condução em tempo real e até redigir um relatório oficial. Um smartphone que não funciona significa um agente que não pode efetuar todas as suas tarefas. Por isso, é necessário um equipamento fiável e de alto desempenho que resista ao teste do tempo. Na Crosscall, os nossos smartphones e Tabletes têm uma vida útil prolongada, um aspeto que tranquiliza os utilizadores e nos permite obter um custo total de propriedade competitivo.
A compatibilidade com as redes de comunicações privadas (PMR) era também uma exigência do caderno de encargos. Respondemos com um smartphone da nossa gama CORE: compatível com as principais bandas de frequência PMR e equipado com 4 botões dedicados às funções Push-to-Talk, SOS e mudança de canal, que podem ser reprogramados, cumpre todos os critérios para se estabelecer como uma ferramenta ideal para a comunicação crítica. Com eles, as forças da ordem dispõem de um terminal perfeitamente adaptado às transformações que enfrentam.
Pode dizer-nos mais sobre estas novas soluções?
Na Crosscall, também concebemos acessórios que permitem a utilização dos nossos smartphones de muitas formas diferentes. A Polícia e a Gendarmaria já optaram por certos acessórios, como a bateria externa X-POWER ou o X-CAR PRO que lhes permitem recarregar os seus smartphones nos seus veículos ou no terreno. A sua necessidade de comunicação em grupo é fundamental para o sucesso das suas missões, pelo que desenvolvemos o X-COMM, um altifalante à distância. Ligado ao smartphone, permite controlar à distância o que é dito e oferece todas as vantagens da comunicação em redes 4G/5G, mantendo os gestos dos rádios que as forças de segurança pública estão habituadas a utilizar. Atualmente, o nosso objetivo é oferecer uma abordagem orientada para soluções aos nossos utilizadores, de modo a podermos acompanhá-los o mais próximo possível das suas necessidades e desafios.
Atualmente, os smartphones já não são utilizados apenas para comunicar, mas sim para toda uma série de utilizações. Esta abordagem inovadora permite aos nossos utilizadores racionalizarem o seu equipamento eoptimizarem o custo da sua frota móvel.
Que papel desempenha a inovação na Crosscall?
A inovação é fundamental para a Crosscall. Temos deinovar para responder às expectativas dos nossos utilizadores e para acompanhar a evolução do sector. Para o efeito, concebemos o CORE-Z5, o primeiro smartphone do mundo compatível com a banda de frequência 68. Esta banda é dedicada à segurança pública na maioria dos países europeus. Com este smartphone, propomos uma solução de comunicação de grupo que permite um acesso antecipado à rede, para que possa intervir da melhor forma em qualquer situação.
Para além desta integração, temos estado a trabalhar no suporte para eMBMS (evolved Multimedia Broadcast Multicast Services), que permite a difusão de conteúdos "ponto-a-multiponto". Isto permite que vários terminais recebam informações que a antena envia para todos, em vez de receberem as informações separadamente. O suporte a esta funcionalidade é complementar ao da banda 68. Esta banda tem uma largura de banda de 5 MHz que, em caso de grandes eventos ou crises, pode não ser suficiente para suportar diferentes fluxos de vídeo partilhados por várias pessoas.
Como está estruturada a vossa abordagem industrial?
Para nos permitir inovar continuamente, criámos um centro de competências em I&D na nossa sede em Aix-en-Provence. Isto permite-nos oferecer soluções tecnológicas personalizadas ainda mais eficazes, mantendo um elevado nível de agilidade e flexibilidade. Podemos responder a praticamente qualquer exigência específica, propondo soluções chave-na-mão e por medida. Esta internalização da nossa abordagem industrial permitiu-nos desenvolver X-SCAN, um módulo de scanner ótico que se liga a um smartphone, transformando-o numa ferramenta de rastreabilidade móvel de alto desempenho. Trata-se de uma exigência cada vez mais importante para os nossos clientes: os bombeiros, por exemplo, têm necessidade de identificar e rastrear todos os seus EPI (equipamentos de proteção individual) para garantir a segurança das suas equipas.
Mais perto das utilizações de comunicação de missão crítica, estamos atualmente a desenvolver um micro altifalante remoto que permitirá a comunicação em "modo direto". Este tipo de comunicação permite quevários dispositivos sem cobertura de rede comuniquem entre si. Isto é muito útil para comunicar em áreas onde a cobertura celular é sub-óptima ou inexistente, como parques de estacionamento subterrâneos ou zonas rurais desabitadas.
Ser uma empresa francesa é uma vantagem real neste sector?
Somos a única empresa de telefonia 100% francesa. Isto permite-nos estar próximos dos nossos clientes e garantir-lhes a segurança dos seus dados. O domínio das nossas instalações industriais permite-nos desenvolver soluções de comunicação seguras, resilientes e soberanas. Os nossos terminais dispõem de uma solução soberana de atualização do sistema operativo (FOTA), alojada em infra-estruturas seguras na Europa e totalmente em conformidade com a regulamentação RGPD (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) e validada pelas autoridades de segurança nacionais.
Tem algum desafio internacional?
O mercado das comunicações críticas modernas está prestes a explodir a nível mundial. Na esfera militar, com base nas lições aprendidas com a invasão russa da Ucrânia e no papel crucial desempenhado pelas telecomunicações no conflito, as forças armadas estão agora a planear equipar cada combatente com um smartphone seguro numa rede autónoma, com aplicações militares em inteligência, ciberdefesa, geolocalização e telemedicina. No domínio da segurança pública na Europa, muitos Estados já se anteciparam a esta migração para as comunicações críticas em banda larga, lançando programas nacionais como o RFF em França, o ESN no Reino Unido e o SIRDEE em Espanha. Estamos atentos a estes desafios e estamos a responder às exigências destes intervenientes com a nossa experiência e soluções dedicadas.
E, finalmente, como vê a evolução do sector da segurança pública no futuro?
As forças de segurança pública, no terreno ou não, estarão mais ligadas no futuro. Estarão equipadas com smartphones e acessórios específicos que lhes permitirão gerir mais rapidamente todas as suas missões, onde quer que se encontrem. A banda larga revolucionará a forma como gerem as suas missões críticas. A partir do seu posto de comando, um oficial poderá ter uma visibilidade completa da operação para a qual a sua equipa está destacada, graças à retransmissão de vídeo em direto. Para além de poupar tempo, isto reduzirá os riscos no terreno. O sector dos serviços de emergência também ganhará em eficácia com a introdução da telemedicina. Um médico em Paris poderá ajudar um bombeiro que trabalha a várias centenas de quilómetros de distância, sem ter de se deslocar! Trata-se de uma enorme vantagem para os nossos concidadãos, que poderão beneficiar de cuidados mais rápidos nestes momentos-chave.
Muito em breve, o smartphone substituirá mesmo o computador, permitindo que as equipas no terreno se apoiem num único dispositivo, muito mais móvel e seguro. A inovação tecnológica acompanhar-nos-á todos os dias na resolução destes problemas.
Na Crosscall, trabalhamos em estreita colaboração com os nossos utilizadores de segurança e defesa para conceber as novas soluções que equiparão os utilizadores de amanhã. Entre estas soluções, a Crosscall já está a estudar o suporte para NTN (Non Terrestrial Networks), um termo que abrange as redes de satélite. A marca está a estudar esta área porque tem o potencial de responder às exigências de cobertura de áreas cada vez mais vastas, não necessariamente cobertas pelas nossas redes celulares actuais. O desempenho das ferramentas de comunicação utilizadas pelos serviços de segurança e de emergência é um elemento essencial para a proteção de pessoas e bens.
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